quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Deliberações e afins.

O dia poderia ter 39 horas.

É, tipo, pra eu poder resolver tooodas as minhas coisas, chorar tooodas as minhas tristezas em paz e sorrir com tooodas as alegrias que a minha filha me dá.

E também pra poder:

· Acordar sem precisar pular da cama, no susto;
· Usar minusciosa e pacientemente o fio-dental, sem correr;
· Ligar praquele amigo de quem ando morta de saudade;
· Parar de esquecer as coisas no escritório ou em casa, na pressa de sair;
· Responder os meus amigos na hora que eles mandam a porqueira da mensagem no MSN;
· Parar de receber multas por excesso de velocidade;
· Deitar no peito dele e poder ficar mais do que aqueles míseros cinco minutinhos;
· Sair pra comprar um presente de aniversário decente pra minha Pequena;
· Finalmente fazer spinning por 60 minutos;
· Colocar aqueeeele CD velho do Pink Floyd e ouvir da primeira à última música;
· Levar o carro pro lava-a-jato;
· Mastigar pelo menos vinte vezes a comida;
· Concluir minha mudança;
· Ler um livrinho (até o final);
· Almoçar antes das 6 da tarde;
· Escrever aqui.

Mudei há oito dias e parece que foi ontem (quão grandiosa ainda permanece a zona no novo apertamento). Mudei pra outro bairro -- mais perto de minha mãe, de meus amigos --, mas parece que foi pro Mato Grosso do Sul. Bem ali. Se antes eu me sentia isolada, agora acho que fui morar num iglu, bem no centro do Alasca. E meu único vizinho é um esquimó com seqüelas de um AVC sofrido em 1965. Sintetizando: me sinto meio só. Hehehe. Cruuuzes.

Tantas coisas aconteceram nos últimos oito dias, mas ainda não tive o tal do tempo pra absorver tudo. Acontecimentos doidos, confusões, descobertas, decepções, algumas alegrias. O engraçado é que minha vida funciona como o departamento pessoal de uma empresa de médio porte. Durante 15 ou 20 dias, tudo fica na mais absoluta tranquilidade. Vira marasmo, até. Dá pra lixar a unha, almoçar às 17h42 e até dirigir a 80 km/h. Mas nos outros 10, 15 dias, a loucura é tanta que não existe brecha sequer pra chorar. Taí, eu não tive tempo pra chorar ainda. Dá até medo da hora que a ficha desengripar e finalmente cair. O boom vai ser grande. Mas isso é assunto pra um oooutro post.

Se bem que tudo isso é tolice. Coisas bobas, que poderiam ser resolvidas se o tal do Chronos colocasse mais quinze horinhas no relógio aqui da Terra. Não custaria muito. Teria um lado ótimo e um lado bom nisso. O ótimo, é que eu teria tempo pra fazer tudo o que não consigo nas 24 horas que já tenho, além de conhecer minha nova vizinhança. Sem contar o resto do mundo, que teria mais tempo pra viver, reclamar das mazelas do dia-a-dia, gastar o décimo teceiro com compras de natal e etc. E o lado bom é que não demoraria nada nada, pro cocô do aquecimento global acabar... com a raça humana.

E quem liga?

Ah, sim. Acabei de ter uma idéia ainda melhor. Que tal se, ao invés das quinze horas diárias, a gente tivesse mais dois dias de final de semana?

Sábado, domingo, dómado e sabingo. Perfeito.

Né? :-)

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Good Luck.


sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Eu e minha mania de listas.

Estou APRENDENDO a:

· Confiar em Deus;
· Respeitar o espaço do outro;
· Não atender o telefone quando não tô a fim;
· Telefonar só SE estiver com saudade; (ou se a gasolina acabar)
· Falar mais baixo;
· Me envergonhar dos meus muitos erros babacas e egoístas;
· Pedir desculpas por esses mesmos erros babacas e egoístas;
· Dizer que estou arrependida (quando estou);
· Dizer que não estou arrependida (quando não estou);
· Não esquecer a torneira aberta;
· Pedir por favor;
· Agradecer;
· Me elogiar no espelho;
· Dizer "eu te amo" de verdade;
· Sentir segurança em mim;
· Não chorar quando alguém me toma o pirulito;
· Segurar o choro quando alguém me fere;
· Descontar a minha raiva na parede, não nas pessoas;
· Pedir atenção ao invés de brigar;
· Me virar sozinha;
· Admitir que preciso de ajuda pra crescer;
· Assumir que minha inteligência emocional e nada são a mesma coisa;
· Aceitar que sou uma mulher inteligente, mas que se comporta de forma imbecil, às vezes;
· Comer direito;
· Dormir melhor;
· Correr na ergométrica;
· Desligar o celular;
· Aceitar diferenças que eu não imaginava;
· Dividir meu pacote de Passatempo;
· Guardar moedas;
· Beber menos;
· Reclamar menos;
· Não pregar o socialismo pra qualquer burguês;
· Pensar em mim;
· Confiar em mim;

· Gostar de mim.


Mas, AINDA não aprendi a:

· Controlar certos impulsos;
· Deixar tudo rolar;
· Ter paciência;
· Gostar de miojo;
· Não me endividar;
· Beber mais água;
· Tratar bem a quem detesto;
· Não enfiar caraminholas na cabeça;
· Não colocar palavras na boca dos outros;
· Parar de distorcer o que os outros falam;
· Confiar em quem merece;
· Desconfiar de quem merece;
· Correr de uma discussão, ao invés de incendiá-la;
· Não esquecer a luz acesa;
· Adotar uma postura mais adulta em certas ocasiões;
· Fingir que estou tranqüila quando estou puta de raiva;
· Me comportar como uma mulher de quase trinta;
· Esperar;
· Controlar um pensamento ruim;
· Parar de fazer listas;
· Sentir ódio;
· Esquecer um tapa;
· Encontrar equilíbrio instantaneamente;
· Deixar falando sozinho quem merece as paredes;
· Dizer a coisa certa, na hora exata;
· Guardar dinheiro;
· Perdoar de verdade;
· Ser menos carente;
· Manifestar minhas reais intenções, às vezes;
· Assumir sentimentos unilaterais;
· Ser menos gananciosa;
· Fazer compras do mês pra UMA pessoa, não pra um casal;
· Ignorar quando alguém me esculacha;
· Ser menos irônica;
· Parar de encarar conselhos como críticas destrutivas;
· Dormir sozinha;
· Perder;

· Ser só.


Como bem se vê, estou exercitando a tal da humildade. Eu já tinha ouvido falar, mas nem sabia como ela era, na real. Tem gente que acha tudo isso um saco. Eu, por exemplo. Achava tudo uma graaaande perda de tempo. Mas... sabe, tô evoluindo.

Isto significa que já sou uma mocinha. E continuo crescendo, a cada dia.

O importante é admitir que erro mais do que acerto. E, sobretudo: que aprendo mais do que ignoro. Mas também é legal ficar orgulhoso de si próprio ao perceber que acertou exatamente naquele ponto infeliz onde você seeempre errava.

E assim é. Isso se chama VIVER.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Vinte e Nove

"Perdi vinte em vinte e nove amizades
Por conta de uma pedra em minhas mãos
Me embriaguei morrendo vinte e nove vezes
Estou aprendendo a viver sem você
Já que você não me quer mais...

Passei vinte e nove meses num navio
E vinte e nove dias na prisão
E aos vinte e nove com o retorno de Saturno
Decidi começar a viver.

Quando você deixou de me amar
Aprendi a perdoar
E a pedir perdão.

E vinte e nove anjos me saudaram
E tive vinte e nove amigos outra vez."


É isso. Eu tinha feito um post graaande, contando tantas mentiras pra mim mesma, que fiquei com vergonha do espelho.

É. E aí eu decidi ser sincera comigo e colocar uma verdade vivida por outro cara, mas que eu poderia contar pra alguém, tranqüilamente, como se fosse uma verdade minha.

Tudo isso porque, na minha vida, eu não consigo fazer com que as coisas aconteçam do jeito que eu quero ou, pelo menos, espero. E por isso mesmo, as coisas teimam em acontecer do jeito que os outros querem. O que quer dizer que eu ainda não aprendi a dizer não. E, pior: sou uma criatura manipulável, facilmente feita de besta. (Não, não. Isso não me incomoda. A lei do retorno é cruel e se encarrega da parte suja, por mim)

E o mais divertido nisso tudo é que os outros nunca querem o mesmo que eu. O que significa que minha vida responde mais às vontades alheias do que às minhas próprias. Em resumo: continuo sem as rédeas desse negócio chamado situação.

Mas estou contente, sabe? É, contente. "Contente" é aquele estado em que você fica quando pára pra refletir em tudo o que não te falta, nas pessoas que ainda importam e no tempo que acredita que ainda te resta pra realizar o que não conseguiu até hoje. É claro que posso escorregar numa casca de banana, bater a cabeça e virar presunto daqui a cinco minutos, mas meus planos vão muito além disso. Quero viver muitos vinte-e-nove-anos ainda.

Nem que eu tenha que passar esses próximos vinte e nove anos fazendo terapia pra aprender a aceitar quando perdi uma guerra e a me conformar com o que (ou quem) eu não posso ter ou mudar.

E a admitir que um amor grande não acaba assim, em vinte e nove dias. Mas, sobretudo, que esse é um tempo suficientemente bom pra encontrar oooutro amor. Talvez até maior que esse. :-)

Feliz vinte e nove pra mim!

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Profile.

Eu nunca soube o que colocar no "quem sou eu" do Orkut. Eu gosto do Orkut, sabe. Tem gente que acha invasivo. Mas eu ainda acredito que só usa quem quer. E melhor ainda: você preenche com o que acha interessante. Problema mesmo são aquelas pessoas que preenchem com o que os outros achariam interessante. Gosto de ver amigos antigos, gosto de interagir com a minha família, me us companheiros distantes. É uma ferramenta poderosa e visionária. Daqui a um tempo, temo saber notícias da minha filha só pelo Orkut ou por outro site desses de relacionamento -- essa expressão ridícula, já que eu estarei numa ilha paradisíaca lá pras bandas do mediterrâneo, e ela estará terminando a faculdade de... de... engenharia mecatrônica. Ou de História, coitadinha, por que não?

Então... voltando ao assunto, eu resolvi, pela primeira vez seriamente, preencher o tal do "quem sou eu" do Orkut. Ficou assim:
(clique na imagem)


É... Às vezes, eu me acho demais.
Mas, na maioria esmagadora das vezes, eu tenho certeza.

Bom feriadão, amigos. Como eu, pobre mortal, não tenho a vida ganha, vou lavar roupa, trocar fralda, ver Cocoricó com minha filha no colo (AMO!) e estudar pr'um concurso qualquer (pro qual sei que nunca vou ser chamada).

Hehehe.

domingo, 2 de setembro de 2007

Pós-pancada.

Ok, em primeiro lugar, por favor, ouça Röyksopp comigo pra entrar na minha sintonia. Você pode até achar que tô prestes a cortar os pulsos, mas aqui dentro essa música tá servindo como agulha e linha. Tá ajudando a costurar um buraco profundo. Não só ela, claro. Existem coadjuvantes. Numa outra ocasião falarei deles.

Setembro sempre me traz uma sensação muito forte de que tudo vai melhorar. Beto Guedes sente isso também: "Quando entrar setembro e a boa-nova andar nos campos... blablablá". Mas chega de blablabla. Vim libertar os vira-latas sarnentos que estão presos aqui dentro. CHEGA.

É. Tem que ser assim, já que aquela desorientação agora deu lugar a uma espécie de ódio não-alimentado. É como aqueles sentimentos que surgem sem você esperar e você acaba simpatizando com eles.

Mais ou menos como, depois de recobrar os sentidos, lá no meio da multidão (onde você desmaiou . lembra?), você perceber que, na verdade, alguém provocou o teu desmaio te dando uma pancada sem tamanho na cabeça.

Sensação de traição. Rejeição, perda. LUTO.

Nunca tinha sentido ódio em toda a minha vida. Sei que não é lá o mais nobre dos sentimentos, mas não há outra coisa pra se sentir, até porque não consigo controlar o que penso ou sinto. Não há mais amor, não há mais dor, não há mágoa. Ficou apenas um resquício de arrependimento por tanto tempo desperdiçado e um alívio cuja classificação fica entre 'fantástico' e 'espetacular'. Ainda não discerni.

Eu tenho um jeito bem didático e metafórico de expressar meus sentimentos. Vou te contar uma historinha, amigo leitor. Imagine uma dor de dente. Agora imagine A DOR DE DENTE. Ok.

E então, você chega no consultório odontológico se borrando de medo, angústia e dor. Certo. Aí você senta na cadeira e aguarda a anestesia cheio de esperanças e extremamente ansioso, afinal de contas, nada pode ser pior do que aquela dor e aquela angústia dos infernos. Maravilha. Logo mais, o doutor enfia um alicate monstrengo na tua boca, puxa daqui e de lá e arranca com toda a força do mundo aquele pequeno pedaço de osso podre da tua gengiva. E então você pensa: Uau, tô livre daquela merda de dor.

É isso. Tô livre daquela merda de dor. E daquela porcaria de dente, também.

No lugar dele, vai ficar um buraco que logo será substituído por um dente mais bonito e que provamente não me dará trabalho algum, já que a experiência daquela dor me fez entender que não há nada melhor do que um dente novo. Aquele era meu dente favorito, mas agora, além de asco, passei a sentir alegria por vê-lo bem longe da minha boca, o que também acaba por me deixar surpresa, uma vez que pensei que jamais conseguiria me sentir bem sem ele. E eu poderei morrer feliz, daqui a 77 anos, pois sei que aquela dor (pelo menos naquele dente infeliz) não vai aparecer de novo.

Sabe qual é o nome disso? ALÍVIO. O nome disso é alívio.

E é assim que funciona com relacionamentos cujo saldo final é negativo. Você o arranca da tua vida e joga fora. Pelo menos eu acho que é isso que fazem com um dente que não serve mais pra nada. Lixo.

A cada dia que se passa, eu fico mais surpresa, orgulhosa e besta comigo. Nunca imaginei, nem em tempos mais remotos e difíceis, que conseguiria ter nojo de alguém a quem amei tão profundamente. Quando isso evoluir pra "total desprezo", então saberei que a cura chegou. Não é fácil lidar com a primeira e VERDADEIRA decepção amorosa.

E vamos embora. Dia 15 está por vir. Meu último ano na casa dos 20 merece uma abertura apoteótica. Espero conseguir um dente novo até lá.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Ei moço, me perdi.

Em dois meses a vida deu uma guinada. Uma guinada neutra. Nem positiva, nem negativa.
Não que as coisas ainda estejam como estavam naquela ocasião, mas a real é que eu andei, andei e acabei parando no mesmo lugar.
Talvez, mais tarde, essas andanças se tranformem em bonus extras ou em life, na hora do último soco antes do game over. Mas a real é essa.. pelo menos por hora, sinto como se tivesse caminhado em círculos no meio da selva, totalmente perdida e sem um toco sequer de direção.
Eu não sei porque ainda teimo em me apaixonar. Sempre dá errado. Devo ser uma dessas criaturas que nasceram pra viver sozinhas e ficam se forçando a interagir com pessoas que nasceram pra casar, mandar flores e fazer gente.
A mistura desses dois tipos de seres resulta em algo que quase nunca acaba bem. Perdemos tanto tempo sentindo dor, que não há mais vida. Não que a minha filha seja motivo pra arrependimentos, mas a situação que foi forçada em decorrência da chegada dela, talvez tenha desestruturado a minha essência. Eu não sei mais o que quero ser.
Olha, você pode até não saber o que quer, provavelmente não sabe quem é, mas tem obrigação de saber o que quer ser. Quando se perde esse tipo de referência, perde-se o rumo, a direção. É como se a bússola do meu subconsciente tivesse sido estraçalhada em bilhões de pedaços impossíveis de serem colados de novo.
Perdi meu ponto de equilíbrio. E a única referência que me restou foi a minha filha. Quem diria. Mas acredito que guiar a própria mãe seja uma tarefa dura demais pra uma criança de menos de dois anos. Injusta, até.
É isso. Os últimos dois meses me serviram pra descobrir o que é "perder-me de mim". E a sensação é das piores possíveis. Tipo como acordar de um desmaio no meio de uma multidão de desconhecidos. Posso sintetizar como algo desesperador.
Mas recomeçar é só mais um passo.
Ter amnésia deve ser uma delícia, numa hora dessas.

terça-feira, 5 de junho de 2007

Três por dez.

Sabe, eu comprei um DVD pirataço com 92 clipes de músicas idosas. O produto, de qualidade duvidosa e durabilidade idem, me foi vendido por 3,33 paus num boteco que servia churrasquinho, lá pras bandas do meu novo domicílio. Junto com ele arrematei, pelo mesmo valor, um filme chamado "Perfume" e outra coletânea com coisas do tipo Black Eyed Peas, Justin Timberlake e Pussycat Dolls -- cultura, meu bem, cultura. Fazer o quê, se a minha filha já foi infectada pelo vírus MixTV? Eu bem que tentei ardorosamente empurrar Led Zeppelin com Danoninho goela abaixo, mas ela curte, no máximo, um Pink Floyd, pra alegria da mamãe. Não vou bater na menina só porque ela gosta de Snoop Doggy Dog.

Mas, voltando ao DVDino, pôxa... É lindo. Tem até Lobo. Lobo canta um bregão dos anos setenta chamado "I'd love you to want me". Não é bem um vídeo clipe, mas sim uma gravação dessas de programa de auditório, onde as moças ficavam sentadas apenas balançando o cabeção enquanto o superídolo caprichava na dublagem, empunhando um violão que, curiosamente, tinha um som típico de guitarra. Vacilão.

Depois de Lobo ainda tem The Housemartins com a melô do papel (pa-pa-pa-pa-peeeel...), B.J. Thomas com Rock'n roll Lullaby e, morram de inveja, KC and the Sunshine Band com Please Don't Go. O negócio é muito trash. Junto com todas essa pérolas ainda consegui garibar Demis Roussos (lê-se Demí Russô), Bonnie Tyler, Chicago, Guns and Roses, Rod Stewart (como esse cara conseguiu lotar o Royal Albert Hall??) e muitos Nazareths cantando aquela coisa horroroooosa da Love Hurts. Acho que, a cada sete ou oito músicas, lá vem a porra da Love Hurts. Musica de corno metido a rockeiro. Um rockorno.

E, como música sempre é cultura, eu descobri que o Air Supply (!!!) e a Celine Dion eram fãs da Rosana. Os dois, cada qual com sua versão, lógico, se entregaram à paixão cantando "Como uma deusaaaaaa". A versão em inglês não me convenceu. Ainda prefiro centenas de vezes a versão tupiniquim: "e as coisas que você me diiiiz, me levam alééém...".

Pra não perder a super hit-gagá-parade, ainda tem Scorpions, Europe, A-HA e a Nikka Costa, cantando On My Own. Tá, eu confesso que fiquei emocionada. Foram os 3 reais mais bem empregados da minha existência, porque, além de eu ter dado impagáveis risadas com os 70 clipes (os outros 22 eram Love Hurts), eu ainda consegui um calmante melhor (muuuuuito melhor) que qualquer Passiflorine pra minha filha -- cujo temperamento não é dos mais amenos. Anote aí, mamãe desesperada, o nome do santo remedinho: We Are The World.

Não tem nada mais gratificante do que ver a carinha feliz da minha cria, quando o Michael Jackson aparece com aquela luva estrelada e os indefectíveis sapatinhos, fazendo o primeiro refrão, logo depois da Diana (hic!) Ross. Luna fica encantada com a cabelança da Diana Ross e da Cindy Lauper. Ela também curte todas as outras vozes negras da música. Faz careta quando ouve Bruce Springsteen e pede bis quando o clipe acaba. Um alívio, meu bem, um alívio.

Tem muuuuito mais coisas entre uma Love Hurts e outra do que julga nossa vã filosofia.

Sentiu vontade de assistir? Eu faço uma cópia pra você. Mas corra com seu pedido. A mídia já está nos últimos momentos de sua vida útil. Afinal, algo nessa obra prima tinha que ter defeito, além de Nazareth.

terça-feira, 15 de maio de 2007

Vou Te Levar

Pensar em tudo que se passou, que se pôde sonhar e não realizou
A vida tentando escapar, mas não por agora
Ao mesmo tempo tanta coisa se amou, se refez, se perdeu, se conquistou,
Retratos estampados do nosso amor, em preto e branco, pregados na parede,
Revelando pra sempre a gente, nosso orgulho um do outro, olhando pra lente como quem dissesse "não queremos mais nada nesse mundo" e que me lembrasse a cada instante que valeu a pena cada lance, e valerá, tenha certeza, pra toda a vida

Vou levar, vou te levar, pra onde for, vou te levar
Vou levar, vou te levar, pra onde eu for, vou te levar

Pensar em tudo que se passou, que se pôde sonhar e não realizou
A vida tentando escapar, mas não por agora
Ao mesmo tempo tanta coisa se amou, se refez, se perdeu, se conquistou,
Retratos estampados do nosso amor, em preto e branco, pregados na parede,
Revelando pra sempre a gente, nosso orgulho um do outro, olhando pra lente como quem dissesse "não queremos mais nada nesse mundo" e que me lembrasse a cada instante que valeu a pena cada lance, e valerá, tenha certeza, pra toda a vida
Vou levar, vou te levar, pra onde for, vou te levar
Vou levar, vou te levar, pra onde eu for, vou te levar
Lobão

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Ai.

Parece que trocaram a minha cama. Não sei, acho que quiseram me fazer uma surpresinha de mau gosto e encomendaram uma no Alasca.

Mas vou te dizer, é um horror. Já ouviu falar do Alasca, né? Gelado e vazio. A cama é igualzinha.

O engraçado é que se parece taaanto com a minha antiga... Haja alegria pra lembrar. Ainda bem. Ruim mesmo é quando não há nada de bom pra fazer você (sor)rir enquanto esvazia as caixas de bugigangas, colocando-as num novo lugar.

Embora eu tenha uma companhia agradabilíssima e constante como a minha filha linda e tenha também famíliares/amigos fantááásticos ao meu lado em toda e qualquer situação difícil que eu passe, eu tenho que te confessar que a cama conta muito.

Bobagem? Naaah. Experimenta fazer uma revolução na tua própria vida em 48 horas e você vai entender. Resolva ficar solteiro(a) num sábado e mudar de bairro, de casa, de vida e de cama no domingo. Depois me fala. Vais sentir uma puta falta da tua cama. E de quem que ficava nela com você nas noites ou dias de frio ou de calor.

Eu gostava mesmo era da outra cama, sabe? Aquela que às vezes ficava pequena demais pra Nós. Hoje eu tenho uma double-king-size no meu quarto. E eu fico de madrugada procurando Você. Sint...

...

Ah, vai pro inferno, dor-de-cotovelo fedida.

sexta-feira, 27 de abril de 2007

UM

(post editado por motivos de força maior)






Já posso ver
A porta se fechar
E posso ver
Você
Eu
Teus olhos
Os meus
Em mim
Assim
Não mais.

E o silêncio
Que fica
Ensurdece
Esvazia
E me carrega pro Ontem
Quando éramos UM.

Porque hoje não somos
Mais
O que fomos.
E porque hoje não temos mais
O que ser.

E algo se quebrou.
Partiu
Em cem cacos
O que antes era UM.

E apesar do

Entre nós
E entre os pós
Dos mil cacos
Eu ainda posso ver
A porta que se fechou
Levando você
E o medo
Mas deixando a história
A memória
As dores
E as cores
De todos os amores
Que a gente fez.

Juntos
Eternos
Você
Em mim
Não mais.

E o Ontem
Me deixa de Presente
Algo que Amanhã
Eu ainda possa usar
Pra não mais ver
Algo como Nós
Se quebrar.


sexta-feira, 20 de abril de 2007

Coisando...

Gosto

LUNA
Pessoas
Lençol limpo
Respeito
Cerveja gelada
Risada da Luna
Batata Frita
Festa
Elogio
Mãe
Omelete
Banho quente
Toquinho
Cheiro da Luna
Caldo verde
Chuva
Guevara
MÚSICA
Guitarras
Guitarristas
Anos 60
Anos 70
Anos 80
Anos 90
Ontem
Hoje
Amanhã
Cafuné
Minas Gerais
HH
Rir
Sexo
English
Família
Rock
Almofada
Cantar
Sudoku
Pizza fria
Vitamina
Bolsa
Faculdade
Boteco da faculdade
Bebuns da faculdade
Mostarda
Olhos
Ônibus vazio
Carro cheio
Pontualidade
Pés descalços
Abraço
Carne moída
Diversidade
Fotografias
Monografias
Ecografias
Biografias
Clarice
Calabresa
Perfume
Plástico bolha
Dobradinha
Jornal
Revoluções
Hanna Barbera
Controle remoto
Maquiagem
Voz da Luna
Aniversário
Cidadão Kane
Videoclipe
Tropicália
Ler
Frio

Azeitona
Palavras cruzadas
TVE
Dormir
Mudar
Acordar
Samba
Emagrecer
LZ
O novo
O velho
Dançar
Saudade
Lembrar
Água
Respirar
Bijoux
Salto Alto
ADSL
Beijo
Voz
Camisola
Caneta Bic
Trio Parada Dura
Silvio Santos
Reciclar
Djavan
MST
Ovomaltine
Xadrez
Setembro
Churrasco
Comida de pobre
Viagem
PF
Drummond
Canetinha
Photoshop
Jeans
SuperBonder
Pão quente
Espanha
Da Vinci
Bicho
e-mail
Filosofia
Baralho
Linux
Dinheiro
Educar
Reaprender
e-Commerce
Tom Zé
Bocejar
London
Fio dental
Cruzeiro
Escola de Frankfurt
Amarula
Coragem
Fiu-fiu
Danoninho
Gente
Naturalmente
Elegante.


Não gosto

Miojo
Feiúra
Música ruim
Brigas
Frescura
Grosseria
Patricinha
Esperar
Não
Calor
Clodovil
Pipoca
Engordar
Barbie
Funk
Chocolate branco
Boleto
Congresso Nacional
Crueldade
Desperdício
Aquecimento global
Igreja
Bíblia
Guerra
Brigadeiro
Covardia
Fofoca
Cochicho
Pimenta
Primo chato
Pepino
Doce com sal
Dial-Up
Serasa
Abdominal
Ressaca
Isso aqui
Violência
Hatzinger
Menstruar
Não menstruar
Hipocrisia
Inveja
Balança
Vergonha
Trabalhar
Dívida
Domingo
Vomitar
Descaso
Falta de educação
PSDB
Galvão Bueno
Imprensa marrom
Cicarelli
Cigarro
Desculpas esfarrapadas
Desleixo
Buarque
Björk
Racismo
Bush
Animes
Ofensa gratuita
Cinismo
Burrice
PRP
Exploração
Arrogância
Beatles
Gente nojenta
Sentir pena
Hitler
Rótulos
Hello Kitty
Serginho Groisman
Traição
Bicho judiado
Repressão
Fila
Adeus
Abuso
Cólica
Reacionarismo
Manga
Ar condicionado
Arroz queimado
Coalhada
Jackie Chan
Lerdeza
Cubo mágico
Deputado
Marola
EMOs
Gema mole
Cinema
Sujeira
Sogra
Lamentações
Carolina Dieckmann
MTV
Gente negativa
Pitty
Efusões
Correntes
Telemarketing
Pessoas à venda
Despertador
Integralismo
Hostilidade
Fome
Exploração
Emulsão Scott
Ser a primeira
Ser a última
Não ser
Esquecer
Não esquecer
Unha encravada
Aeroporto
Medo
Glacê
Gente oca
Doce muito doce
Fedor
Ausência
Celulite
Gerundismo
Coisa mal-feita
Aveia
Distância
Playboyzada
Jaca
Prisão de ventre
Manoel Carlos
Goteira
Dieta
Gripe
Moralismo
Não ter um iPod.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Maternalismum Pieguisticus

O Lunês.

E eis que chego do trabalho morrrta de saudade da minha Pequena -- isso acontece todos os dias. Cato-a de dentro do cercadinho e, com um ar de quem quer ter um longo e produtivo diálogo, inicio:

- Filhaaaa... Como foi seu dia, meu amor??
- Ajubuzungiduuuffff, mããã...
- Foi meeesmo, bebê? O que mais aconteceu?
- Xubulunguidjubalelê.. pokilunditchiiii!!
- Ahhh, foooi? Calaaaaamba!
- Ha Ha Ha! Tzzzz.. Bilugunjum paticabô!
- E vc papou tudinho?
- A pá i pê pukidifaciiiii jubulungadê!
- Hmmmm... Que lindaaa!
- Pukê, pukê... tchuki tchu..
- Vem cá.. deixa mamãe dar um cheeeeeiro em voxêeee!
- Mããã.. bêzu!

Olha, o idioma do amor é universal. Aqui dentro eu entendo tudo o que ela fala, apontando com aquele dedinho pras coisas e pras pessoas, enquando a baba escorre pelo queixinho redondo.

E eu fico de cá, admirando, completamente arrebatada por aquele serzinho tão pequeno e tão importante, que eu fiz. Desde criança sempre acreditei que, se uma pessoa consegue fazer gente, ela consegue fazer qualquer outra coisa.

Eu consigo fazer qualquer coisa.

Sempre que tenho algum problema ou me sinto desmotivada, busco na memória a primeira manhã que passei com ela. Era um domingo e eu estava ainda internada. Dia quatro de dezembro, por volta das nove da manhã. A enfermeira a levara pro banho matinal e eu aproveitei pra descansar. Estava realmente exausta. Ainda agora era manhã de sábado, café com leite, banho, contrações, bolsa estourando, dores homéricas, hospital, peridural, bisturi, LUNA. Até então, não tivera tempo pra deixar a ficha cair, me situar -- ei, ela nasceu! Entre visitas e mamadas ultradolorosas, aquele foi o primeiro momento de absoluta solitude que tive, nos então últimos 9 meses (e 14 dias!).

Dentro de uns vinte minutos, vejo o bercinho transparente adentrando a porta, com uma Coisinha Pequena de olhos bem pretinhos procurando por mim. Ela esticava a cabecinha pra cima, a fim de captar minha imagem e, naquele espaço mínúsculo de tempo, pude entender o que estava acontecendo. Aquele fora o acontecimento mais importante de toooda a minha curta existência. Eu e ela. Um laço eterno, um vínculo que não acaba nunca. Foi exatamente ali que eu entendi pra que serve o tal do amor.

É lógico que juntei a fome com a vontade de comer. Eu, que sou uma dessas crianças-chorosas inveteradas, desagüei, emocionada, ali mesmo. A enfermeira me olhava angustiada, achando que eu chorava de dor ou de tristeza. Mas era de alegria, de gratidão, essas coisas. Eu mesmo ainda não consigo explicar quais eram os sentimentos naquele emaranhado todo.

Foi um grande baque que fez minhas antigas convicções cairem por terra. Eu, logo eu, que nunca acreditara nesses surtos pós-maternidade que a maioria esmagadora das mulheres passa a ter depois que engravidam. Os tais instintos e intuições maternos eram produtos de uma realidade distante demais da minha. Conceber, gerar, parir e criar, antes da Luna, eram apenas verbos infinitivos usuais, como quaisquer outros que eu via no Aurélio.

E depois de toda essa lição que recebi sobre 'não duvidar do quanto uma mulher é capaz de amar', estou certa de que, na minha festinha de cem anos, em 2078, me lembrarei com riqueza de detalhes do dia em que compreendi que o sentido da minha alma tinha olhinhos-de-jabuticaba. E sorria pra mim. ;-)



quinta-feira, 12 de abril de 2007

E não é que existe explicação?

O retorno de Saturno - 28 anos
Márcia Mattos - Astróloga

Entre os 28 e 30 anos de idade, ocorre o primeiro retorno de Saturno, ou seja, o planeta em trânsito se posicionará no mesmo local em que ele estava no momento de nascimento da pessoa e iniciará uma nova volta em torno do zodíaco.

Novamente, como em todo trânsito de Saturno, ocorre um doloroso rito de passagem, envolvendo responsabilidades, desta vez maiores do que nunca. A partir deste período, muitas coisas que antes eram parte de uma gama de opções se tornam definitivas. É o momento de determinar o que vai dar impulso aos próximos 28 anos e tudo o que é decidido tem sua repercussão e conseqüência.

Este período representa também o fechamento sobre todo o passado de dependência familiar, uma liberação final de tudo que ligava às servidões da infância e da adolescência, uma aquisição definitiva de autonomia. É o ponto final do caminho de relaxamento de responsabilidades dos pais sobre os filhos.

Aos 28 anos, as pessoas começam a se preparar para inverter os papéis. Nesta época, surge a necessidade crescente de se fundar um lar, ter filhos, educá-los e progredir profissionalmente. É a chegada definitiva da certeza da sua responsabilidade em relação aos outros, em que se procura gerar confiança em que os cerca e se começa a pensar seriamente no futuro. É o primeiro contato com a sensação de que o tempo passa e que a velhice não tarda a chegar, por isso a intensificação das cobranças internas. Não é mais tempo para ilusões e sim para definições.

Nesta época, as pessoas começam a adquirir um senso de responsabilidade não apenas para si próprios, mas também para aqueles que o cercam. Começa-se a perceber que as suas decisões terão influência na vida daqueles que amam. Agora, e cada vez mais, são os pais que passam a ser seus dependentes, o que aguça o sentido de cumprir sem falhas a sua missão, que é uma tarefa solitária e de extrema importância para toda a família. Mas, ao mesmo tempo, Saturno que é sempre associado a processos de diferenciação, individualização e separatividade, leva os indivíduos a procurarem dar a seus filhos uma educação diferente da que receberam.

Paradoxalmente, com a nova aproximação dos pais, as pessoas se deparam tomando decisões surpreendentemente parecidas às deles.

Nessa época, as pessoas que ainda não se definiram na vida passam a se sentir muito angustiadas, porque o fantasma do fracasso começa a ameaçar. Freqüentemente, aos 28 anos as pessoas retomam os estudos, procuram caminhos profissionais definitivos e não mais bicos e trabalhos esporádicos. A crise provocada por Saturno sempre é complicada, já que mexe com assuntos como o tempo e a idade, fracasso, frustração ou sucesso. Todos estes aspectos são muito angustiantes porque abalam a auto estima de cada um.

O ciclo dos 28 anos de Saturno é completado quando se pode tomar nas mãos com segurança as rédeas e o controle da própria existência. Desligar-se do passado para apenas conservar dele as bases mais sólidas sobre as quais deve ser projetado e construído o futuro.


***

Sempre é tempo de observar: questõezinhas existencialistas associadas a respostinhas esotéricas são a minha cara!

Não que eu acredite que tudo possa ou deva ser explicado com mapas astrais, i-ching, fengchui ou incensos fedidos. Muito ao contrário! Mas também não posso ser tão incrédula ao ponto defender idéia de que toooda essa galáxia tenha verdadeiramente surgido de uma bactéria infeliz e todos os planetas e estrelinhas estão ali só enfeitando o cenário, como grandes bolas de isopor pintadas com tinta guache.

É óbvio que isso não significa que você, serzinho ultramegahiperracional, também tenha que acreditar que uma Virginiana com ascendente em Escorpião e lua em Peixes seja uma pessoa difícil, metódica, teimosa, sensível, ciumenta, perscrutadora e temperamental. Principalmente com esse tal de "Retorno de Saturno" (parece que ele potencializou tudo o que existe de bom e de ruim em mim). Mas seria uma atitude extremamente sábia. Sério.

Onde você procura as tuas respostas? Em livros? Sim, pra algumas questões só eles têm a solução. Mas em grande parte das situações, é interessante procurar outros canais de busca. O processo é longo, dura uma vida inteira. Eu, francamente, não estou convencida de que Nietzche, Kant, Kierkgaard, Platão, Freud ou Engels possam me dar todas as respostas pras coisas que eu busco. Até porque, cada pessoa nesse mundo é única e sua história de vida também.

Foram quase quatro anos sem escrever nenhuma linha. E, olha que grande surpresa: quase nada mudou. Tudo o que eu vivi, li e aprendi durante todo esse tempo só serviu pra me tornar uma pessoa ainda mais questionadora. E eu acho que a tendência é essa aí: mais anos, menos respostas. Tem gente que acha um barato poder aprender com as experiências dos outros. Não é o meu caso. Se fosse assim, me contentaria com os livros. A vida, em sua essência mais pura, vai muito além disso.


Mas não pense você que a astrologia ou o esoterismo solucionam alguma coisa. É só mais um canal de busca. Acredita quem quer. Ou quem precisa. :-)

terça-feira, 10 de abril de 2007

Verborragia Patológica



















E aí me pediram pra definir o show do tal cara do Pink Floyd -- como é mesmo o nome dele? -- em uma só palavra. E, sabe, eu gosto de caprichar nessas coisas. Palavra é comigo mesmo.

Eu defini como "pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico".

Este é o maior verbete da língua portuguesa. Maior até que "nãoexistiushowmelhornestagaláxia" ou que "carambaquefoiissoquepassouporaqui?".

- Nooossa, você não sabe como o show foi pneumoultramicroscopicossilicovulcaniconiótico.
- Foi o quê?!
- Pneumoultramicroscopicossilicovulcaniconiótico.
- Ahn.

É, só uma forma singela de expressar o quão grandioso o espetáculo foi. Tudo conspirou a favor pra ser uma noite feliz, luminosa, sei lá. É desses momentos que a gente guarda no baú-das-lembranças-legais-pra-caramba, ao lado do primeiro beijo, do Bozo, do Playmobyl e das bolotas de Leite Ninho.

Canções são as chaves pra abrir esse baú.

- A senha, por favor.
- ♪ "I'm only humaaan, of flesh and blood, I'm ma-ade... Huuuman.. Born to make mistaaakes..."

E, num passe de mágica, estou eu em 1986, plantando bananeira debaixo do meu prédio -- suja feito um moleque --, com minha melhor amiga, que partiu há seis anos.

Eu tenho uma relação espiritual extremamente intensa com a música. É uma forma livre e muito minha de interagir com o mundo, com as pessoas, com o passado.

Tem gente que prefere cheiros, rostos, toques, sabores. Eu gosto de sons.

Barulhos bons como os que o Roger Waters fez em São Paulo, pra eu guardar naqueeele lugar especial.

- A senha, por favor.

(Texto originalmente publicado em 04 de Abril de 2007, às 19h34.)

Apresentação?

Aos vinte e oito a gente se dá conta de uma pancada de coisas esquisitas.

Por exemplo, a gente descobre que o 'conselho' é um mecanismo de coação absolutamente eficiente e aparentemente despretensioso que os amigos usam quando querem que você faça coisas que acredita serem desnecessárias. Ou finge acreditar.

E acaba reconhecendo, também, que seguir esses conselhos de vez em quando não te transforma num perfeito babaca. Muito ao contrario, te faz entender que você quase nunca tem razão em tudo o que pensa. Embora, é óbvio, tenha direito que fazer o que acha melhor da própria vida. Inclusive voltar ou não a escrever em um blog.

E foi por isso que voltei.

Aos vinte e oito, dizem muitos (ou todos) especialistas, o homem entra no mais espetacular e importante processo de auto revelação de toooda a sua vida besta. E se percebe cheio de grilos, criando e aprimorando especulações absurdas sobre o que passou e o que virá. O bicho-homem tem mesmo essa mania horrorosa e incurável de querer controlar o que não pode. Talvez o pústula do Einstein pudesse, mas ele parou de funcionar, babando, antes da 1.245ª tentativa.

É a fase das grandes e geniais teorias-sobre-coisa-alguma e dos infindáveis porquês. Se você achava que dizia muitos porquês aos cinco anos, espere chegar aos vinte e oito. Ou se lembre de quando os tinha, se for o caso.

O nome do blog dispensa apresentações. Já quanto a mim, muito prazer.

Se bem que você já me conhece. ;-)


(Texto originalmente publicado em 30 de Março de 2007, às 12h41)

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Thatiana Ribeiro, 29 anos, 15 de setembro, 1978. Trancou o curso de comunicação social por absoluta falta de verba. É apaixonada por boa leitura, boa música e boa comida, embora seja uma pessoa extremamente simples. Solteira e independente, tem uma filha e é louca por ela. Um de seus grandes objetivos é conhecer a Inglaterra e Espanha (de onde vem boa parte de suas raízes). Já começou até a juntar moedas num porquinho cor-de-rosa, pra bancar a empreitada. Curiosa, boca-suja, sarcástica, ciumenta, agridoce, companheira, afetuosa, franca, sensível e tagarela. Adora falar mal da própria vida. :-)

Avise-me quando houver um novo post!

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